27 abril 2014

Resenha: Pluvia








Pluvia - Entre Segredos e Esperanças

Autora: Erica Azevedo
Editora: Novo Século - Selo Novos Talentos da Literatura Brasileira
Assunto/ Categoria: Fantasia, aventura
Páginas: 279
Sinopse: Ana cresceu empenhada em suas histórias fantásticas, mas nunca teve oportunidade de se aventurar por elas. Abandonou-as ainda na adolescência, enxergando que a realidade é dura demais para tais voos inocentes. Mas, em meio a uma viagem a um vilarejo desconhecido no sul do Brasil, ela tem a oportunidade de enveredar por um mundo totalmente novo, quando, em meio à chuva do fim de tarde, observa as gotas se transformarem em pessoas iguais a ela. Sentindo o fogo que a preenchia na infância se reacender com a curiosidade, Ana vai atrás deles e se depara com um pedido de ajuda e a descoberta de um novo mundo: Pluvia. Mas o que essas pessoas realmente escondem? E qual o segredo por trás dos profundos olhos azuis do estranho senhor da mercearia? E o que de tão terrível está assustando os pluvianos a ponto de fazê-los pedirem ajuda a uma menina indefesa? Essas respostas serão desvendadas e muitas outras perguntas surgirão no decorrer da leitura de Pluvia. O primeiro livro da série “Os Mundos” traz um misto de aventura, romance e diversão para os leitores de literatura fantástica e que, como Ana, possuem sede por conhecer outros mundos.












   Pluvia é um livro de fantasia que cria uma nova realidade, com pessoas que viram chuva, magia, outras dimensões, mistérios e objetos diferentes. Tudo ambientado nessa realidade a parte de nosso mundo. E o melhor: contextualizado originalmente no nosso país, sem precisar ir para outro lugar inventado ou existente. Com início com a personagem encarando o metrô cheio em São Paulo na hora de voltar para casa. Por outro lado, a leitura não me cativou tanto quanto eu pensava que cativaria. Não me identifiquei tanto com os personagens, e talvez por isso não tenha embarcado de fato na história. Ultimamente eu tenho gostado tanto dos livros que venho lendo, que é engraçado encontrar algum e ter tal efeito. E eu acredito que vocês até se surpreendam de ver uma resenha que aponte lados que não me agradaram tanto, já que geralmente tem sempre mais dos que me agradaram e que poderiam servir para vocês lerem. Então vale lembrar agora, que qualquer um pode e deve discordar de qualquer coisa que eu diga em qualquer uma das resenhas... Ora, sempre existirão divergências, não é? Isso é consequência de cada um ter sua interpretação. 


   O livro conta a história de Ana, uma menina paulista de 17 anos que deveria ser como nós... A princípio eu me identifiquei muito com ela. Voltando na condução cheia, verificando os limites da liberdade, sonhando desde cedo com mundos e fantasias... Mas aí a história fluiu. E o comportamento dela não me... cativou. Não me identifiquei, fui me desviando da história... fugindo... Ela não é uma personagem de personalidade forte, mas tem personalidade. Só que a meu ver os pensamentos dela, as atitudes e etc não combinaram com as atitudes de meninas de 17 anos que conheço. Talvez eu tenha lido new adults demais, e tenha estranhado uma personagem nesse estágio como uma menina. Não sei... Só não me envolvi. Já a história de Ana se mostra surpreendente e bem mais cativante. Ela descobre que terá que viajar com sua família para um lugar para onde não queria ir a princípio. E ao chegar lá, depois de idas e vindas e etc, Ana descobre um mundo novo. Ou seriam mundos? Um dia, ao observar a chuva, Ana se assusta e pensa ver uma ilusão quando os pingos d'água se transformam em pessoas. E fica irresistível para ela não segui-los. Ela só não contava com o fato deles estarem esperando por ela num misterioso lugar perto de onde estava. Quem eram e o que queriam? Habitantes de uma espécie de dimensão chamada Pluvia que queriam a ajuda dela por motivos não revelados.

  Depois disso, Ana embarca nesse mundo, por ser tecnicamente obrigada a ir, junto desses novos personagens, quando um deles até deixou aparências duvidosas, tendo que deixar seus pais e confiar nesses desconhecidos. Mas a princípio a atitude dela é realmente confiar, apesar de todas as novidades estranhas que aconteceram. E então, ela vai para Pluvia, e acaba convivendo com estes jovens e recebendo a informação de que teria que treinar com eles. E novamente, jovens utópicos. Não encontrei defeitos nos personagens amigos dela. Nem em ninguém de fora que esteja em treinamento também. De modo que parece que no livro só há bons e maus, e não humanos. O único que mais me intrigou e que me fez gostar dele realmente foi Aléxi, um jovem irônico que se mostra misterioso a princípio e dá margem para a imaginação do leitor. Parece que vamos encontrar mil e um segredos bombásticos nele e tudo mais, só que esse ar todo é desfeito depois. Eles se conhecem, e a implicância fica sutil, juvenil. E o que ele prometia nos defeitos se desfaz. Na verdade, ele só tem problemas com o passado, mas ainda assim... não é algo que de fato mexa com ele tanto a ponto de fazer com que mostre seus defeitos e sua esfera humana. Além de Aléxi, temos Calix, Vevila, Caton, Julian e Estelle. Todos tão perfeitos...


    E então conhecemos o mundo de Pluvia, que foi o que me encantou. Os jovens que treinam como Ana terá que fazer são chamados de aprendizes. E quem os treina são os mestres, que possuem habilidades específicas e a missão de treinar os jovens até que eles escolham sua vocação, ou sejam escolhidos. Que pode ser, além de mestre, guerreiro e feiticeiro. Que são as vocações de cada um, e como os nomes já deixam claro, do tipo de coisa que cada um poderia fazer. Além disso, Pluvia é um mundo mágico cheio de criações inusitadas. Como instrumentos que veem tudo não importa a distância, armas fatais mágica como um chicote com veneno fatal, um arco controlado quase que por conexões da alma... E claro, outros mundos mágicos por perto com mais novidades, o que faz com que a criatividade da autora seja destacada como merece. Os mundos, os dons, o modo como se relacionam... Tudo ficou maravilhoso e me fez gostar de Pluvia mais um pouco. E claro, os mistérios. Por um lado, foi bom ter mistérios e novas revelações. Pistas falsas... Por outro, ficou chato ver Ana andava, andava... e acabava rodando em círculos sem nada descobrir. Ninguém contava nada a ela, e as estruturas não facilitaram descobertas. Ela acabava indo com a maré... 

   Pluvia é um livro mais juvenil, na verdade. A criatividade e a fantasia estão de parabéns. O que me pareceu ter deixado a desejar foram realmente os personagens. O único de que mais gostei mudou rápido demais. E com os outros... não consegui me identificar, nem vê-los como pessoas daquela faixa etária. A linguagem é fácil, mas nem sempre os diálogos me soaram naturais, o que é consequência ou causa dessa construção sendo exposta. Seria bom que os personagens amadurecessem mais nos outros livros, principalmente pelo que aconteceu no final de Pluvia. E os mistérios também poderiam ser melhores organizados, com dicas periódicas que não deixassem o leitor perdido sem saber de nada ao final. Afinal, onde está o motivo para continuar, se você só vê problemas e não encontra soluções? Apesar disso, há soluções, pequenas... que contribuem pouco e não chegam a conclusões tão certas ao final. Por exemplo, há um personagem que aparece que eu achei uma invenção incrível. Que consegue ver as ameaças de perigo que se aproximam e até passa mal por isso. Não vou explicar melhor por poder se spoiler. E ainda a grande quantidade de novidades que fogem do cliché que encontramos em Pluvia. Por isso e pelo fator de ser uma história ótima para quem for cativado pelos personagens e não encontrar outros problemas, leva as 3 estrelas. 










Obrigada à Tamires e à autora pela participação no book tour. Os envelopes com quotes, as participações, tudo deixou a participação muito mais gostosa. E parabéns pela organização!
















8 comentários:

  1. Oi, Vivian
    Fiquei super curiosa com esse livro. A capa é muito bonita e a premissa bem diferente.

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  2. Oi Miga!
    Acho essa capa de livro muito bonita!
    Gostei da historia e é um livro que lerei em breve!

    Beijinhos
    Sou eu... Pri!

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  3. No mínimo, confuso. Uma história fascinante na qual a personagem principal não tem personalidade forte ?
    No momento estou lendo um livro que a historia é rápida demais, não da tempo de eu me envolver com os personagens principais, acaba sendo uma leitura rápida e não me envolvo com a mesma. To sentindo que Pluvia pode me fazer sentir isso em relação às personagens.. acho que não leria.
    bj, dréa

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    Respostas
    1. Fascinante não... não usei essa palavra. Um mundo criativo, que se perdeu na narrativa e nos personagens. É porque eu tento ser sempre justa. Considero os pontos bons e os ruins, e acho que não é porque não mexeu comigo ao todo que merece ser totalmente rebaixado, sabe? Sou da teoria de que opinião individual não faz verdade, aspectos técnicos sim. rs
      Eu sei como é... Pluvia me soou arrastado, na verdade.. mas acho que foi porque eu não me envolvi. E concordo que você poderia sentir o mesmo pelos outros comentários que vejo por aqui.. kkkk.. :)
      Beijos.

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  4. Já tinha visto a capa, mas nunca tinha parado para ler resenha!
    Fiquei curiosa, mas não sei se eu iria gostar!!
    Parabéns pela resenha!E se tiver oportunidade lerei!!
    Beijos...

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  5. Oi Vivi,

    já ouvi falar desse livro, mas ainda não tive a oportunidade de lê-lo. Que pena que vc não curtiu tanto assim os personagens =( Mas é bom saber qe o livro foge do cliché

    beijos
    Kel
    www.porumaboaleitura.com.br

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  6. Tenho esse livro aqui em casa, mas ainda não o li. Aliás, essa é a primeira resenha que leio sobre ele. Uma pena que as personagens não tenham te agradado tanto assim. Isso mostra que a autora focou mais na atmosfera criada. Pelo menos a parte criativa e fantástica da coisa deu super certo. Irei ler em breve.

    @_Dom_Dom

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  7. Olá!
    Gotei da resenha.
    A capa é linda e a história parece interessante. Quem sabe eu leia esse livro.
    Beijinhos!

    Www.eraumavezolivro.blogspot.com.br

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