10 maio 2014

Resenha: As Brumas de Avalon - A Grande Rainha






Autora: Marion Zimmer Bradley

Editora: Imago
Assunto: Recontagem da lenda do Rei Artur, Magia, Avalon
Páginas: 229
Sinopse: A Senhora da Magia, A Grande Rainha, O Gamo-Rei e O Prisioneiro da Árvore são os quatro volumes que compõem As Brumas de Avalon - a grande obra de Marion Zimmer Bradley -, que reconta a lenda do rei Artur através da perspectiva de suas heroínas. Guinevere se casou com Artur por determinação do pai, mas era apaixonada por Lancelote. Ela não conseguiu dar um filho e herdeiro para o marido, o que gera sérias conseqüências políticas para o reino de Camelot. Sua dedicação ao cristianismo acaba colocando Artur, e com ele toda a Bretanha, sob a influência dos padres cristãos, apesar de ser juramento de respeitar a velha religião de Avalon. Além da mãe de Artur, Igraine e de Viviane, a Senhora do Lago que é a Grande Sacerdotisa de Avalon, uma outra mulher é fundamental na trama: Morgana, a irmã de Artur. Ela é vibrante, ardente em seus amores e em suas fidelidades, e polariza a história com Guinevere, constituindo-se em a sua grande rival. Sendo uma sacerdotisa de Avalon, ela tem a Visão, o que a transforma em uma mulher atormentada. Trata-se, acima de tudo, da história do conflito entre o cristianismo, representado por Guinevere, e da velha religião de Avalon, representada por Morgana. Ao acompanhar a evolução da história de Guinevere e de Morgana, assim como dos numerosos personagens que as cercam, acompanhamos também o destino das terras que mais tarde seriam conhecidas com Grã-Bretanha. As Brumas de Avalon evoca uma Bretanha que é ao mesmo tempo real e lendária - desde as suas desesperadas guerras pela sobrevivência contra a invasão saxônica até as tragédias que acompanham Artur até a sua morte e o fim da influência mítica por ele representada. Igraine, Viviane, Guinevere e Morgana revelam através da história de suas vidas e sentimentos a lenda do rei Artur, como se ela fosse nova e original.







Sem spoilers!

    A Grande Rainha é o segundo volume de As Brumas de Avalon, na edição brasileira. Se A Senhora da Magia me fez ficar louca para ler os outros livros, A Grande Rainha me deixou ainda mais apaixonada. No primeiro volume, acompanhamos desde antes do nascimento de Artur, toda a história de sua mãe Igraine, até um certo acontecimento final de deixar o leitor louco pela descoberta do que virá a acontecer nos outros volumes. Então, o papel dele seria realmente mais introdutório, para nos inserir naquele mundo e explicar os passados e as motivações dos personagens. Temos uma boa dose de magia em Avalon, que não aparece tanto no segundo volume, o que me deixou um pouco frustrada, porque eu queria muito saber o que viria a acontecer com Avalon, de modo direto. Até temos magia neste volume, só que não tanto quanto antes. Os personagens são mais maduros e Artur já é rei, e se casa com Gwenhwyfar (Guinevere). Para não soltar spoilers, basta dizer que Morgana está afastada de Avalon pelo final do primeiro, e que acaba indo passar um tempo com Artur neste volume também. 

    Um fato que irá seguir no centro da maior parte da história é o desejo da Rainha, Guinevere, de engravidar. São várias tentativas que não dão certo. Assim como a presença de Morgana próxima a Artur, e em dilema, por também estar próxima de Lancelote, devido a algo ocorrido também no outro volume, que faz com que ela ao mesmo tempo se sinta atraída e desconfortável em relação a ele. E o que gera ainda mais conflito é a atração que há entre Lancelote, que para quem não sabe é o melhor amigo do Rei, e a rainha. Além da questão política que Artur precisa decidir. Tudo se mistura numa trama que conseguiu me encantar. Quem acompanha o blog sabe que postei uma playlist que serviria para o livro aqui, assim como para as histórias que envolvessem esse tipo de magia e universo que encontramos aqui. Há todo um ar envolvente, puro, místico... a que eu não consigo resistir. Um dos tipos de história que mais gosto, que se concretiza em As Brumas de Avalon. E se você não acompanhou a resenha anterior, os tipos de magia e misticidade daqui são muito próximos do que conhecemos como Wicca, que no livro se mostra como uma religião pagã pré-cristã, que cultua uma Deusa. Na trama encontramos uma grande luta de Avalon, contra o cristianismo que tenta pouco a pouco aniquilar tudo que não condiz com que eles pensam ser certo.

   Desenvolvendo melhor tudo que já foi dito, a história começa mesmo como continuação direta de onde havia parado. Lembra que no início desta resenha eu disse "na edição brasileira"? É porque originalmente a série foi publicada como volume único, que ao ser traduzida para nós, se dividiu em quatro livros. O que eu acho que por um lado é bom, porque quando li os dois volumes da série, apesar de gostar, demorei um pouco em meio à rotina, então sei que se fosse um volume único, demoraria muito para ler. E o lado ruim é que se é um volume único, você lê tudo de uma vez, não deixa tempo para respirar e nem fica com mais uma série inacabada. Seria mais prático. Mas necessitaria de mais tempo. Fora a questão de que no período de publicação, até mesmo para cá, talvez o tamanho desestimulasse alguns leitores iniciantes. Mas... isso já é outra questão. Começamos com Morgana na casa de sua tia Morgause, tratando do assunto que queria tratar. Até que ela finalmente resolve, e pelas circunstâncias, acaba indo passar um tempo com Artur, que já a recebe casado. Vemos o casamento se desenrolar, do rei com Guinevere, e a instalação automática do conflito que há pelo desejo proibido entre a rainha e o melhor companheiro do rei. É realmente uma situação muito tensa. Porque eles foram praticamente criados juntos, são amigos e tratam das questões políticas e etc, juntos. E a rainha e Lancelote já mostravam certa atração um pelo outro desde o primeiro dia em que se viram. Ao mesmo tempo, a rainha sabe que precisa manter suas ocupações, e ela realmente procura fazer isso. Tenta amar o rei, dar a luz, ao mesmo tempo em que faz todas as coisas que uma mulher deveria fazer, segundo a sociedade cristã da época. 

    Ah... Guinevere. De tanto seguir ao pé da letra tudo isso, e como consequência da educação por freiras, em alguns momentos ela chega a ser chata. Ela fica, com o tempo, fanática. Quer que Artur desfaça os acordos que fez com Avalon e etc, quer virar tudo para o lado que ela acha convincente, e faz birras quando não consegue o que quer. E quando ela age para conseguir alguma coisa, sempre é algo que não é legal. Porque você se apega a Avalon, a toda aquela magia e etc, e quer que tudo dê certo. Você sabe que se Avalon sair do caminho, coisas ruins vão acontecer. Mas adianta? Morgana também dá uma amolecida neste volume, e nós não temos aquela figura forte da mulher de Avalon como tínhamos no outro livro. Até porque, todas elas passam por problemas. Igraine também se converte ao cristinanismo, e Viviane, fica de certa forma... desanimada. Ela vai envelhecendo, e nem aparece tanto. Apesar disso, por algum motivo que me é estranho, eu gostei mais deste. Talvez seja porque já fui inserida neste universo, e entenda melhor tudo, ou até veja a história como um todo, sem separar bem na mente as diferenças de um volume para o outro. E o final... foi surpreendentemente ousado. E foi a cereja em cima do bolo. Nem preciso dizer que estou louca para ver as consequências dele no livro 3, certo? Espero poder ler este mês, ou em breve.









 Como vocês viram, esta resenha não ficou muito detalhista, e até se repetiu em alguns momentos. Mas é porque a história interessante, sem spoilers, é curta. Principalmente quando você não pode comentar o final do anterior. Mas eu não quis soltar spoilers, porque acho interessante a ideia das pessoas poderem conhecer mais sobre a série sem riscos, para decidirem se vale ler ou não. Mas estou na dúvida sobre fazer ou não uma resenha para o terceiro, se houver tão pouco a dizer, que possa ser dito numa resenha dupla dos últimos volumes. O que vocês acham? Conto com a opinião de vocês.










      





2 comentários:

  1. Oi Vivinha, tudo bem?

    Ahhh adorei a sua resenha. Confesso que o livro não faz muito o meu estilo, mas sempre leio a galera falando muito bem sobre ele.

    beijos
    Kel
    www.porumaboaleitura.com.br

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  2. aaah, eu adorei o 1! Apesar de achar que ele não me prendeu tanto quanto eu imaginava que fosse... Tô louca pra ler esse e saber se é mesmo tão bom!
    Bjs

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