26 julho 2015

Resenha: A suavidade do vento



Por Agatha Gomes
- Livro cedido em parceria com a editora -


Autor: Cristovão Tezza

Editora: Record (Grupo Editorial Record)

Páginas: 256

Assunto/ Categoria: Ficção brasileira
Sinopse: J. Matozo é um misterioso professor de português em uma pequena cidade paranaense. Na solidão de seu pequeno quarto no segundo andar de um sobrado, ele gasta suas horas livres naquilo que pode tirá-lo – ou ao menos destacá-lo – da mediocridade circundante: Matozo escreve um livro. A aspiração de Matozo vai levá-lo a enfrentar a difícil escolha entre alimentar o sonho de se tornar um escritor reconhecido e manter sua posição confortável na sociedade local. Publicado em 1991, A suavidade do vento é uma arguta recriação literária de uma sociedade de regras e pequenas pretensões, que equilibra a tradição realista de uma vertente da literatura brasileira com elementos de fantasia de uma fábula moral. Escrito com a segurança narrativa característica da prosa de Cristovão Tezza, este romance compõe um importante momento na construção de uma das obras mais consistentes da literatura brasileira contemporânea.




Para os amantes da palavra

Olá queridos! É com muita alegria que tenho o prazer de dividir com vocês a minha primeira
resenha aqui no blog (que seja primeira de muitas!). Esta primeira resenha tem um sabor singular, pois o assunto da obra é mais que especial para nós que temos uma relação com os nossos queridos e amados livros. Hoje iremos falar sobre “A suavidade do vento”, romance do autor Cristóvão Tezza. 



Em A Suavidade do vento, somos totalmente envolvidos na atmosfera em que vivem Josilei Matoso, Jordan Mattoso e J. Mattoso, todos compreendidos num só ser confuso e literário como nós, rs. É por tal personagem com três facetas que Cristóvão brilhantemente nos fará sentir os grandes dilemas da escrita. Josilei é um professor reservado e dedicado a seu trabalho,  que mora numa pequena cidade paranaense próxima a fronteira com o Paraguai. E é do pó deste chão que veremos Matoso construir sua obra e se confundir com ela, criando até identidades paralelas, ao mesmo tempo em que o professor tem sua rotina e lugar bem delimitado no circulo social da cidade. 


Em A suavidade do vento nos deparamos com a alma do escritor e sua multiplicidade. Por vezes, Matoso parece se desconectar da realidade buscando sempre um ponto de equilíbrio, por ele nomeado como “ponto ótimo”, capaz de fazer o nosso amigo se desconectar de todos os monstros que o preocupam. Através de uma janela, o professor observa o céu buscando este ponto tão sublime. Neste momento, se debruça a tecer, por entre as linhas vazias, a obra de sua vida, à qual se dedica todas as noites acompanhado de um belo copo de whisky e seu antigo disco de Pink Floid já arranhado de tocar por tantos anos. A sua reclusão criativa é rompida pelas idas ao bar com seus velhos companheiros. 


Nosso amigo é um homem que destoa, com seu ar suave, dos companheiros broncos com quem costuma se reunir durante a noite para a jogatina. Mesmo destoante, vê na grossura de seus amigos uma beleza singular. Matoso se envolve em muitos dilemas enquanto constrói sua obra, evidenciando a constante tensão entre o equilíbrio de sua monótona rotina e as grandes e repentinas confusões que lhe atacam constantemente. O livro abriga as mais sublimes questões filosóficas que envolvem autor e obra, causando uma identificação inevitável entre aqueles que já se aventuraram pelo mundo da escrita e também com aqueles que estão constantemente mergulhados nos universos literários. As nuances destes mistérios serão desveladas pelo querido amigo leitor ao ter a experiência deliciosa de mergulhar nas profundas e vivas reflexões de Tezza, através dos seus personagens que foram construídos com maestria.

5 Estrelas


8 comentários:

  1. Adorei sua primeira resenha no blog! <3 Confesso que não gosto de ler livros que contém essa temática. Além disso, a capa também não me atraiu. Por conta desses motivos, não me vi atraído pelo livro ao ponto de lê-lo!

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  2. Quando li o titulo do livro achei que se tratasse de um livro de poemas. A história sinceramente não me atraiu muito. Mas para quem gosta valeu pela dica. :)

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  3. Vivian,esse livro nos reserva a acompanhar per suas páginas um personagem ,reservado ,introspectivo e escritor,onde ele em sua rotina,Matozo um professor que através da observação de uma janela,olhando o céu se inspira a escrever o livro que será a obra de sua vida,em meio a uma obra com questões filosóficas.Ansiosa para ler.Beijos!!!!

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  4. Adorei sua resenha.
    Achei bem interessante e complexo o livro, fiquei bem curiosa para conhecer um pouco mais dessa história, eu leria.

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  5. Olá!
    Não conhecia o livro, foi a primeira resenha que li a seu respeito.
    Achei o livro interessante, pois seu tema para mim foi diferente, não conheço outro livro que aborda esse assunto.
    Gosto de livros que nos fazem refletir e tenham elementos filosóficos.

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  6. Olá Vivian
    Não conhecia esse livro, é bom ter uma resenha.
    Achei muito interessante a historia, até por algo diferente, que não é comum nos livros.
    Fiquei muito curiosa, espero ter a oportunidade de ler.
    Ótima resenha
    Beijos

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  7. Oie
    Por ser um tema um tanto diferente do que estou acostumada a ler,gostei bastante do que o livro trás.Gosto de situações reflexivas e filosoficas que nos fazem dar uma pensada.E essa capa combina muito com o título.

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  8. Oi Vivian, a resenha está ótima, como sempre, mas não consegui me prender muito ao enredo do livro, e por hora não tenho interesse em ler.
    Bjs, Rose

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